PELEJA DO INESPERADO contra O PRAGMA; Que as supostas imprevisibilidades mantenham a arte viva...



























"Não foi justo!!"


Afirmou Amokashi, no samba rock que rolou no terrerão de Dona Nena, domingo último aqui nas quebrada da Rua Tanger, no meu amado Parque Novo Oratório.


O amigo Amokashi é nigeriano, irmão de Dona Nena, mora em Paris onde se formou e trabalha como sociólogo, torce feito doido para o Milan e detesta futebol Francês.


Veio ao Brasil para as festas de Carnaval e de cadomblé, ja que é babalorixá e sua irmã a Dona Nena é mãe de santo com terreiro aqui na Tanger há mais de 40 anos. Vem sempre, aprendeu falar nosso português, ama o futebol brasileiro e no final do dia, pediu para a gente assisitir com ele, a semifinal da taça guanabara entre Fluminense x Vasco.


Como a gente ja tava meio breaco, aliás; Meio porra nenhuma! Tava todo mundo bebados feito umas vaca, chamando cachorro de caixa e Jesus de Genésio!! Bem... Sem ter muita opção, fomo lá buscar a tv do carlão, de 52 polegada e ligamos do jeito que nossas condições nos permitiam. no meio do terreiro o que gerou protesto com a galera do bailado, porque o samba rock teve que fazer uma parada. Bolão, nosso PHD em puxar gato de poste, tv a cabo, telefone e afins deu um jeito no sinal e começamos a ver a peleja.


Fred perdeu uns quatro caminhão de gols! A partida acabou 0x0. Decisão por penaltis e deu Vasco. Placar de 6x5, apenas uma cobrança perdida. Amokashi não se conteve:


"Foi injusto!"


"Que mané injusto negão! a porra do gol tem 7 metro e o desgraçado me consegue acertar 10 centimetro de trave, porra?!" - Argumentou Rogério Camarão:


"Mas esse Vasco não jogou nada!!"


"E o Fluminense jogou o que? Puta trabalho pra trazer essa porra de tv, puxar um gato, pra ver esse jogo de merda... " - Protestava, Bolão todo suado.


"Nã, não... Vocês brasileiros tem um entendimento diferente do futebol. Vai ver isso até faz de vocês melhores do mundo mas, que isso foi injusto, ah isso foi..." - Insistiu Amokahsi


"O negão; quem faz justiça é juiz. Futebol nem isso tem é árbitro. Bola não se joga em tribunal, a parada rola na grama, no terrão. Num tem promotor, advogado, porra nenhuma... Tem atacante, meia armador, zagueiro bão, zagueiro ruim... Ja pensou como ia ser chato se tudo isso fosse certinho??" - Falei e ele retrucou:


"Não falo de nada disso. Apenas to dizendo que o Fluminense merecia uma sorte melhor..."


"Criolo; Esse negócio de tu morar na França ta fazendo tu aviadar e ficar besta feito eles..." - Disse Carlão, todo mundo riu, a tv foi desmontada, o samba rock voltou e mais carne foi brasa. E essa parada foi até as 09:00 horas da manhã da segunda de carnaval.


Dormi la do jeito que deu nesse calor dos inferno e acordei com isso na cabeça; Justiça no Futebol.



Então tá. Vamos ver se de fato, o futebol é injusto...



Tudo bem, que me digam isso e eu aceitarei.



Vou começar partindo do princípio que justiça no futebol,se faz dentro das 4 linhas. O que acontece ali dentro é história. E todas as vezes que essa história tenta ser remendada ou como diriam os valentes guerrilheiros que tentaram lutar contra a ditadura, "justiçada" pelo tapetão, inevitavelmente dá merda.


Oras...


É justo dizer que o time uruguaio de 1950 só tinha caneleiro? Vejamos:


Em 1949 foi deflagrada uma greve enorme dos jogadores de futebol no Uruguai. O apoio da classe foi total e a bola parou de rolar por lá. Os jogadores lutavam pelo reconhecimento de suas atividades profissionais em detrimento aos desmandos dos cartolas de lá, que metiam a mão nas bilheterias, empobreciam os clubes e dane-se. Nada acontecia.


Muito perto de haver uma vitória maciça dessa classe a Federação Uruguaia chamou alguns jogadores para fazer um acordo. Haveria um mundial de futebol ao lado, no Brasil e caso eles aceitassem disputa-lo, a Federação se comprometeu a indenizar pelo menos estes, do acordão. Um deles se recusou a aceitar a indenização, justamente por não confiar na palavra dos cartolas; OBDULIO VARELA.


No lugar de grana, exigiu um cargo público para ganhar a vida pelo resto de seus anos pois ja completara 36 primaveras. Aceitaram.

Nesse clima, foi formada a seleção uruguaia para a Copa de 1950. Dois meses após esse acordo, houve sim um amistoso entre esse time formado as pressas e o super Vasco Da Gama, campeão sul americano de 1949, o expresso da vitória. Óbvio que o Vascão de Danilo Alvin, Jair, Chico, Friaça, Maneca, Ademir Menezes deu um cacete nos caras em Montevidéo. Só que esqueceram de uma detalhezinho...


Esse time que apanhou feio do Vasco em pleno estádio centenário (5x2) não era formado por um bando de zé manés.


Além de Obdulio Varela, tinha alí o goleiro Roque Maspoli, o cerebral Juan Schiafino, Morales, Julio Sosa, Giggia... Um time que foi se acertando no próprio mundial. Na decisão contra o Brasil, a coisa ja estava azeitada e o jogo foi pau-a-pau, com o primeiro tempo virando 0x0 e tudo. Aqueles 2x1 é a maior derrota nossa aqui de todos os tempos por uma série de motivos. O time uruguaio é portanto, apenas mais um deles.


Depois desse mundial, o capitão Obdulio Varela escreveu um livro de memórias onde disse que jamais conseguiu chegar perto de um campo de futebol, tamanha sua vergonha por ter furado a greve dos companheiros. Contou que virou um burocrata bem pago e um homem triste para o resto de seus dias. Parte desses depoimentos sairam na saudosa A GAZETA ESPORTIVA em uma série especial antes da copa de 1994.


Em 2000, após 50 anos de "maracanazzo" como chamam os uruaguaios a ESPN Brasil fez um especial A-N-T-O-L-Ó-G-I-C-O sobre essa história. Nele, Maspoli o goleiro definiu bem a mística daquele jogo:


"Obdulio Varela é mais endeusado por vocês Brasileiros do que aqui pelos uruguaios..."

E vamos a outra dessas injustiças...


Em 1952 o mundo do futebol levou um susto! Aparecia na europa um time no leste europeu recheado de craques que voavam em campo sob o comando de um homem considerado quase um mago pela imprensa esportiva; Bela Guttmann. Esse homem era técnico do Honved.


A saber; Era o regime de ferro do comunismo stalinista na Hungria, terra desses homens e o os melhores jogadores de futebol do país eram recrutados pelo exército de lá, justamente para atuar nessa equipe, o Honved. Treinados por Bela, formaram a seleção nacional que disputou as olimpiadas de Helsinque em 1952 encantando o mundo com um futebol de toques rápidos, insinuantes, comandados por um camisa 10, major do exercito hungaro.

Seu nome era Ferenc Puskas.


Ganharam a medalha de ouro varrendo seus adversários. Chamaram atenção do mundo todo e foram então desafiados a um jogo contra a Inglaterra em wembley no final de 1952. Foi o maior passeio que o English Tean ja levou em casa em toda a sua história. Aqueles 6x3 receberam uma sala no novo Wembley como reconhecimento pela beleza de time que por lá passou.

Veio a copa de 1954. O húngaros trouxeram para ela algumas inovações para o futebol. Uma delas, a marcação na saída de bola do time adversário em seu próprio campo. Um abafa dado por seus atacantes que resultava ou num bicão que invariavelmente caía nos pés do seu volante, Bosich, ou na retomada de bola alí mesmo perto da grande área. O resultado disso, foi que a Hungria marcou em todos os jogos daquela copa, 2x0 em seus adversários antes de 10 minutos. Inclusive no nosso Brasil, que não tinha um time de bobos não!


Fomos para aquela copa com jogadores como Pinheiro, Castilho, Bauer, Didi, Humberto Tozzi, Julinho Botelho, Nilton Santos, Maurinho e se os cartolas daqui não fossem tão jumentos e tivessem levado o grande Zizinho daríamos mais trabalho ainda. Mas não levaram. O jogo acabou 4x2, com Nilton Santos e Bosich expulsos, um show de bola do ótimo ponta direita Kocsis e com Mário Viana, invadindo o campo e tirando o sapato para dar no árbitro do jogo, num pau histórico em jogos de copa do mundo.

Outra novidade; O Contra ataque.


Quem dava combate na saída de bola era a linha de ataque. Quando recuperada a bola, ia para Bosich e daí para Puskas, que como um trem, passava por cima das defesas adversárias. Conseguida a vantagem no placar a linha de ataque fazia um recuo, chamando o time adversário para seu campo. Aí, o volante Bosich virava marcador, os zagueiros adiantavam a marcação e quando essa bola era tomada, acontecia uma saída de bola a milhão por hora, parando invevitavelmente no gol dos pobres mortais que os enfrentavam.


Chegou a final. Os Magiares enfrentariam a Alemanha. E que bom que gastei as minhas últimas moedas para comprar essa Biografia Do lendário FRITZ WALTER...


Essa se arrastou pelo mundial.


Venceu lá seus joguinhos, bateu Tunisia, Uruguai e foi se arrastando, liderada por seu lendário capitão Fritz Walter. Na verdade não era só o time que se arrastava o próprio país, pós-guerra, pós-hitler e o diabólico nazismo encontrava-se, destruído, em ruínas, passando fome, sem nada de auto-estima, tentando recolher os cacos de toda uma nação traumatizada. Só pra lembrar; Anos antes, os EUA fizeram questão de montar um tribunal de guerra para julgar criminosos nazistas em plena Nuremberg, a capital militar nazista durante a segunda guerra. Detalhe:



Julgariam 6 oficiais que ja haviam admitido todos os crimes de guerra em Genebra na Suiça. Esperavam pela condenação de morte quando os EUA decidiram montar essa pantomima para terminar de humilhar um povo que ja não tinha mais o que sofrer.


O epsódio acabou gerando um grande problema porque um desses chefes era Goeebls, o chefe da publicidade nazista. Genial e inteligente ao extremo, pelas leis de direito da época estava quase se safando de todos os crimes que o mesmo ja havia confessado, porque o direito prevê o ônus da culpa ao acusador e cade as provas???


Isso ficou conhecido como o JULGAMENTO DE NURENBERG. Um tribunal de exceção criado pelos americanos, porque não tiveram competencia de provar que um assassino de 6 milhões de pessoas era culpado. Bem, quando condenado ele se matou com cianureto e vamo voltar pra pelota...


Assim estava a Alemanha. No mesmo mundial, com um time cheio de reservas apanhou da mesma Hungria por 8x3. Chegou a duras penas na decisão. Mas com que time??


Bem eu ja falei aqui do lendário Fritz Walter, cujo nome, batiza o estádio do time que ele botou na história, o seu Kaiserlautern. Além dele, contavam com um ponta habilidoso de nome Scheifer. Uma linha de ataque muito boa formada pela base do Colonia, campeão alemão, com kohlmeyr, Sepp Mai e Adholf Morlok. Fechava essa linha um jogador que não jogava em clube algum.


Mathias Rahn era sem dúvida o jogador mais habilidoso do time. Foi recrutado a contra gosto pelo grupo devido a sua fama; Era bêbado, encreiqueiro, mulherengo, viciado em baralho e chegado num "cumprimidinho" com steinhagen. A justificativa do técnico Sepp Henberger ao leva-lo; "Se ele jogar metade disso que joga na varzea aqui, eu mesmo levo ele nos puteiros de lá após os jogos". E lá se foi nosso errante cachaceiro.


Terrível a convivencia com o grupo. Ninguém confiava no cara. A coisa mudou quando nos mata-matas, Rahn comeu a bola, ajudou o time a bater a Iuguslavia e na véspera da semi final que seria contra a Austria, na concentração do time alemão, Fritz Walter o procurou para um conversa que só poderia haver entre alemães:


"Você sabe que por mim, capitão desse time, você jamais estaria aqui, certo?"


"Certo. Gostaria que você também soubesse que por mim, jamais conviveria com você por mais de 5 minutos." - Respondeu Ranh:


"Bem isso é um direito seu. O que eu quero saber é, porque diabo você veio parar aqui? Porque eu tenho que me preocupar em saber se você esta descansando ou se pulou a janela para ir atrás de uma jogatina qualquer?"


"Porque você não dorme e nem tem mais o que fazer..."


"Não! É porque estamos aqui por algo muito maior do que essas bobagens todas que tanto te agradam, porque de nós, depende muita coisa..."

"E VOCÊ ACHA QUE NÃO SEI DISSO?! ACABEI DE DIZER QUE NÃO TE SUPORTARIA POR 5 MINUTOS E ESTOU AQUI COM VOCÊ HA 58 DIAS!! PORQUE VOCÊ PENSA QUE EU ACEITEI ISSO AQUI? EU SOU BÁVARO! SOU LUTADOR! E VOCÊ NEM NINGUÉM AQUI É MAIS ALEMÃO QUE EU!"


Fritz Walter, ouviu, pensou e mandou:



"Ótimo. Siga me odiando e eu te detestando como tal. Não ha problema nisso. Mas façamos um acordo; Enquanto estivermos aqui disputando esse mundial, você nos ajuda se comprometendo a treinar, repousar e fazer o que ninguém aqui faz como você, que é jogar futebol. Em contrapartida, não lhe incomodarei dirigindo a palavra, não quero saber do que você faz e nossa relação se restringe a Alemanha e a nosso time. Combinado?"


Sim. O acordo foi feito e a Alemanha passou por cima da Austria na semifinal com um partidaço de Rahn e Walter. Viria a final contra a temida Hungria.


Tudo como o roteiro:


Nos primeiros 10 minutos de jogo 2x0 para os magos magiares. Acontece que uma partida de futebol não tem apenas 10 minutos.


No dia do jogo havia chovido muito. Campo pesado. Sepp Henberger e Walter sabiam que na força fisica conseguiriam segurar os húngaros. O que deveria ser feito era segura-los no primeiro tempo e pra isso iam precisar de Ranh. era o seguinte:


Bola no seu pé e ele não partiria pra cima dos hungaros mesmo com a desvantagem. Seguraria a bola, amarraria o jogo, evitando assim os temidos contra ataques magiares.


Foi um massacre.


A linha hungara, formada por Kocsis, Czibor, Puskas, Hideguti e Zacharias, metralhou o arco alemão. Foram milhares de gols perdidos em 35 minutos de jogo. Mas paravam todas as vezes que Ranh pegava a bola e a segurava até tomar uma porrada. Assim virou o primeiro tempo; 2x0 para os Magiares.


Na volta, os alemães encontraram o mesmo time habilidoso. Com a diferença que as pernas hungaras ja não corriam mais como outrora. Foram pra cima. Empataram rapidamente em 2x2 e aos 38 minutos do segundo tempo, num chute cruzado de Molok, Ranh voou de carrinho e empurrou a bola para as redes. Era a consagração dos alemães.


No retorno a Alemanha, a seleção seguiu de trem por todas as cidades arrasadas pela guerra. O povo alemão lhes presenteava com pão, linguiça, frutas... Era o que eles tinham naquele momomento para saudar os seus campeões. Dalí por diante, o povo recuperou seu auto-estima. Walter e Mathias Ranh tornaram-se amigos e assim se mantiveram até o final de suas vidas. E passados 20 anos os alemães sediaram uma copa do mundo em 1974.


Naquele ano a Holanda formou um time que viria realizar a ultima grande revolução do futebol; O Carrosel Holandês.


A partir de um time com 11 jogadores mantendo apenas o goleiro (óbvio, porra!) com posição fixa, com uma movimentação alucinante, jogadores extremamente técnicos e inteligentes liderados pelo craque Cruiff, a Holanda encheu os olhos do mundo com um futebol exuberante. Um grande trabalho do técnico Rinus Michels.


Chegou a decisão. E contra quem? A Alemanha.


Ta. A Holanda saiu ganhando com um gol de penalti no começo do jogo. Tomou o empate de penalti e a virada com um gol de Gerd Müller. E até hoje consideram isso uma zebra. Oras...


Como pode um time de jogadores como Sepp Maier, Vogts, Houseman, Rouzeinbain, Overarth, Müller e Houness e Franz Beckenbauer ser considerado um azarão??? Venceu porque essa é uma das maiores seleções da história do futebol mundial e sem duvida a maior de todas as seleções alemãs. Injusto???


E 1982??


Taí abaixo as minhas impressões sobre aquele mundial porque esse eu ví. O sonho lúdico da arte do futebol, a partir do dia 5 de julho de 1982 se tornou uma ilusão.


Eu ví um dos grandes times de futebol da história ser batido por 3x2 no Estadio Sarriá, em Barcelona por uma itália tosca e burocrática de Enzo Bearzot. Será que essa Itália era tão ruim assim mesmo??



Aquele time tinha Dino Zofi no gol. Roberto Scirea de líbero, Carnine Gentile na quarta zaga, Tardelli na ala esquerda, fora o meio campo com Graziani, Antonionni, Collotini e como atacantes, o habilidoso Bruno Conti e o matador Paolo Rossi. Eram tão pernas de pau assim? Será?


Eu tenho esse jogo gravado. Os 90 minutos. Ontem as 02:17 da manhã sem ter porra nenhuma pra fazer num calor dos infernos, fui até a lavanderia e puxei por esse VHS.


Assisti pela trilionésima vez essa partida torcendo para a cabeçada do Oscar entrar aos 43 minutos do segundo tempo. Pela trilionésima vez terminei de ver com os olhos cheios de água porque para minha geração, esse é nosso maracanazzo.



Mas aí vem a luz fria da razão; O Brasil não jogou nada.


Dias antes a seleção tinha ido assistir Argentina x Itália.


Todos viram o espancamento que Maradona sofreu por parte dos marcadores italianos. Marcação fortíssima. Não haveria motivos para ser diferente com o Brasil. Zico estava lá e viu tudo isso. Foi avisado. Sabia que os caras viriam babando pra marca-lo porque ele era o melhor jogador do mundo em 1982.



Acontece que o Brasil tratou o jogo contra Itália como mera burocracia. Ja comemoravamos o cartão amarelo que tiraria Bonieck da semifinal contra Polonia. Ja previamos a final contra a França do Platini sem sequer ter jogado contra a Itália!!


O time não se concentrou hora nenhuma. Tomou o 1x0 numa bola que os malditos pragmáticos insistem em dizer que foi nas costas do Luizinho. Quem estava aconpanhando Rossi e parou na jogada foi Junior. Rossi subiu, meteu a cabeça e caixa. Empatamos sim, na genialidade do Zico, na única jogada em que ele bateu a marcação duríssima de Gentile e fez o passe a Sócrates. O doutor finalizou no único espaço onde a bola podia passar.


Em seguida, numa infelicidade do Cerezo, Rossi de novo, tomou a bola e 2x1 pra eles. Daí pra frente foi só drama.


O Brasil não construia uma chance de gol sequer. Passava a bola de um lado para o outro do campo porque, tal e qual todos eles haviam visto, a marcação italiana era implacável. Nada acontecia e o tempo passava. E o Cerezo, poxa...


Você que tem menos 30 anos não faz idéia do quanto jogou bola Toninho Cerezo. Volantaço, baita jogador, passe perfeito, pumão de aço, incansávelmente técnico. Mas todo mundo tem seu dia de dunga no futebol...


Aquele dia Cerezo estava mal no jogo. Mesmo assim, no seu único momento bom, fez um corta luz com Falcão, tirando da frente da marcação a sobra, que naquele lance era feita pelo Oriale. Na passagem, ele foi atrás do Cerezo, Falcão cortou pra dentro, bateu de esquerda e fez, acho que o gol que eu mais comemorei na vida!


2x2



Era só segurar. Estavamos dentro.


Aí, Antonioni virou uma bola para ninguém. Sairia em tiro de meta mas Cerezo... Cerezo a desviou para escanteio. Neste, a zaga brasileira não saiu e bem... Terceiro Gol de Paolo Rossi. Era o fim aquele 3x2. Motivos pra lá de emocionais complicam minha análise daquele jogo mas, a grande e dolorida verdade é que a Itália jogou mais que o Brasil o tempo todo. Só que desse caso me abstenho e digam vocês; Injusto, também??



Injusto a Dinamarca de Elkjaer, laudrup, Olsem e o Ténico Sepp Piontec sair da copa de 1986 desclassificada pela cambaleante Espanha?

Porra! O JOGO FOI 5x1 PARA ESPANHA!!! Quatro gols de Emilio Butrageño. E naquele time ainda tinha, Michel, Zubizarreta, Beguiristeisn, Gordijo, Julio Salinas, Goicotxea... Era ruim também???



Meus caros amigos caneleiros, muitos ae me acusando de "traidor do futebol arte" vejam bem; Eis ae um pequeno apanhado de fatos e algumas inexorabilidades, como, futebol se ganha dentro do campo, coisa e tal. O que faço aqui não é afirmar o pragma para desmerecer esses grandes times que ficaram na história do futebol sem a glória de uma copa, nada disso.



Tal qual Immanuel Kant, vim aqui lançar um sofisma para simplesmente discutirmos essa tal de "justiça" no futebol. Oras... Falamos de uma arte que vai além desses questionamentos éticos que a vida nos cobra. O que torna esse jogo tão apaixonante é justamente esse tipo de idiossincrasia. Inclusive esta, de discutir essas tais zebras.

E Amokashi meu amigo, me diga; Depois daquele baile de bola que a Nigéria deu na Itália em 1994 do que mais tu te lembra? Da arte de J.J. Okosha, Yankinhi e Babangida ou a tal virada pra 2x1 da Itália?


Era uma baba aquele time italiano certo? Mas tinha entre seus 11 jogadores, o melhor jogador da europa Roberto Baggio e ele definiu. E aí é injusto? Caro amigo, nesse caso até nosso Max Weber concordaria comigo.


Mas o que ele entendia de futebol?

Comentários

Elder disse…
nem mano num gostei dessa parada não lelo. primeiro que a gente tava zuando o negão sim mas não por ele querer nada de justiça ele falou que era flu, depois mengo. Meu e ese tratado que vc fez pra explicar o pragmatismo? que coisa careta da porra é essa? logo vc mano? esse papo da alemanha em 1954, ganhar na força fisica, porra vc desconjura isso cara! chama nego de brucutu e os caraio!
ah sei lá lelo num curti não se tem mesmo essa briga do inesperado contra o pragamtismo vc ta do lado dos prgamtista. E essa sua tara por filoso alemão sofista vo te falar hein?

abraço
Rogério disse…
xiiiiiiiiiiiiiiiii... Virou Dunguinha?????

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